quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Navegar é preciso, viver não é preciso... (Fernando Pessoa)

A frase é do poeta português Fernando Pessoa, que brinca com a homofonia da palavra “preciso”, que na verdade não se refere a necessidade, mas a precisão. Porém, não é a vida como navegar em alto mar? Se caso os equipamentos que tornam a navegação precisa, no sentido de chegar a onde se quer, falharem e vier a tempestade, e o céu escurecer, tanto a navegação quanto a vida se tornam imprecisas.

Essa frase me levou a pensar na história do profeta Jonas, do navio que quase naufragou, e principalmente, sobre um personagem que passa quase que imperceptível nessa história, mas que tem tanta responsabilidade quanto Jonas, o capitão do navio. O capitão do navio é o principal responsável, não apenas pela embarcação, mas também pela tripulação. Todos os que entram no navio, precisam ser identificados. O capitão é quem traz consigo a responsabilidade sobre quem entra ou sai da sua embarcação.

Jonas, “o profeta fujão”, na tentativa de descumprir a ordem de Deus, tomou um destino diferente ao que Deus havia mandado, e uma tempestade impediu toda a embarcação de prosseguir, e colocou em risco a vida de todos. A bíblia diz que ao descobrir que a tempestade era uma intervenção de Deus por causa da desobediência de Jonas, o capitão perguntou a ele: “- Que ocupação é a tua, de onde vens, qual é a tua terra e de que povo és tu?”(Jonas 01:08). A questão é, por que o capitão deixou Jonas entrar no Navio, sem identificação? Ele inclusive deve ter perguntado a Jonas, por que você não entrou em outro navio, foi entrar logo no meu? E Jonas deve ter respondido, porque só você me deixou entrar, era só pagar a passagem.

A consequência de aceitar alguém sem identificação foi trazer contra sua embarcação e tripulação todo o castigo que era apenas para a desobediência de Jonas. Quais são os valores que determinam quais pessoas entram ou saem de sua vida? Ou pode entrar nela quem tiver “alguns trocados” para pegar pela viagem? Quais são seus critérios para chamar alguém de amigo, e jurar amor eterno? Se você não tem critérios, ou se seus critérios forem baseados simplesmente no que as pessoas podem lhe proporcionar, a tendência é que fortes tempestades encontrem seu navio, pondo em risco você e as pessoas que você ama.
Para alguns ser bonito é o bastante, para outros, ser popular. Tem aqueles, que basta uma piscina no verão ou uma lareira no inverno. Um carro, ou uma oportunidade para crescer na vida. Para você, o que pode garantir a entrada definitiva em sua vida?

Nem viver nem navegar são perfeitamente precisos. Que digam os mesmos portugueses e suas caravelas, que inspiraram Fernando Pessoa para a frase que intitula esse artigo, quando saíram para encontrar a Índia e acabaram no Brasil. Novas amizades e relacionamentos são sempre importantes e necessários, desde que forem realmente saudáveis. Lembre-se da velha canção que diz: “Com Cristo no meu barco tudo vai muito bem, vai muito bem, vai muito bem...” Ele pode não te livrar das tempestades da vida, mas pode fazer com que elas se acalmem ao simples som de Sua voz. Você é o capitão do seu navio, você define quem entra ou sai, então vigie!

Indicação de Filme: 12 Anos de Escravidão
O melhor filme baseado em uma história real que já vi. Não deixe de assistir... Grande filme.






Sinopse e detalhes:
(1841) Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) é um escravo liberto, que vive em paz ao lado da esposa e filhos. Um dia, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, ele é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, Solomon precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos ele passa por dois senhores, Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender), que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços.
Não recomendado para menores de 14 anos

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